Raquel perdeu. Mas ela quis assim

Este sábado (15) foi marcado por mais uma derrota para o Governo Raquel Lyra que não conseguiu emplacar as principais comissões na Assembleia Legislativa. Hoje foi verdadeiramente o dia para quem ama criticar o governo de falar, falar e falar. No entanto, o que não se diz é que este na verdade não é resultado de uma falta de articulação da governadora, mas sim de uma opção dela mesma ainda antes de tomar posse em 2023. 

Vamos aos fatos: é de fato um gol contra a indicação de Antônio Coelho (UB) para presidir a Comissão de Finanças, de Alberto Feitosa (PL) para presidir a CCJ e de Waldemar Borges (PSB) para presidir a Comissão de Administração Pública. A governadora poderia ter emplacado nessas comissões parlamentares bem mais próximos ao seu projeto político.

Raquel optou assim. Ela não cedeu em nenhum momento nos seus dois primeiros anos de governo a pressão interna (que não foi pouca) para que fizesse uma gestão voltada para a classe política. O grupo dos Coelhos, almejava já na articulação do início de Governo Raquel Lyra um espaço em uma secretaria que pudesse dar a Miguel Coelho uma visibilidade para o ano de 2026. Da mesma forma, quem buscava este espaço era o PL que tinha tido Anderson Ferreira disputando o Governo em 2022. Caso naquele começo de mandato, a governadora tivesse sido bem mais flexível com os pleitos das mais diversas lideranças, o resultado deste sábado poderia ter sido diferente.

Dificilmente veríamos um deputado tão apagado quanto Waldemar Borges estar ditando regras na Casa e nem tampouco espaços em comissões. Aliás, o socialista é um dos que estão nas listas de apostas dos que muito provavelmente penduram as chuteiras nas eleições de 2026. 

Raquel não perdeu para ninguém nesta briga e discussão pelas Comissões da Assembleia, a não ser para a maneira como ela escolheu governar que é, segundo levantamento divulgado em dezembro, aprovado por 54% da população. A governadora paga o preço por ter optado não caminhar pelo caminho da política o qual caminhou seus antecessores, inclusive o ex-governador Paulo Câmara (do PSB, na época) que embora amargasse os piores índices de rejeição em sua gestão, nunca teve um projeto reprovado na Assembleia e nunca sofreu uma derrota sequer entre a classe política.

O recado da escolha nas comissões foi dado visando bem mais o ano de 2026, do que mesmo a atual situação da política estadual. Parece mais um BBB, onde uma minoria (vale lembrar que pelo menos vinte e seis parlamentares da atual legislatura não apoiaram a forma como foi conduzida a eleição pelo deputado Rodrigo Farias, aliado do prefeito do Recife, João Campos). Rodrigo assumiu com a viagem internacional do deputado Álvaro Porto, vista também como estratégica nos bastidores.

Eles quiseram mostrar que quando puderem vão colocar a governadora Raquel Lyra no paredão. Não tem conversa nenhuma. Parece que nem mesmo com o PL (partido do ex-presidente Jair Bolsonaro) a quem João Campos prometeu na campanha municipal "botar pra correr de Pernambuco e de quebra, do nordeste". 

O recado foi dado e a governadora Raquel Lyra que se vire para entender como quiser. 

Silvinho Silva, editor do Blog
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