Exercício físico pode ser solução para a COVID-19

 


Agência FAPESP publicou resultados de uma pesquisa on-line feita com 938 brasileiros que contraíram COVID-19 apontam que a prevalência de hospitalização pela doença foi 34,3% menor entre os voluntários considerados “suficientemente ativos”, ou seja, aqueles que antes da pandemia praticavam semanalmente ao menos 150 minutos de atividade física aeróbica de intensidade moderada ou 75 minutos de alta intensidade.

O questionário foi respondido entre os meses de junho e agosto por indivíduos de ambos os sexos e diversas idades que tiveram a infecção pelo SARS-CoV-2 confirmada pelo teste molecular (RT-PCR, que detecta o RNA viral na fase aguda) ou sorológico (que detecta anticorpos contra o vírus no sangue). Do total de participantes, apenas 91 (9,7%) precisaram ser hospitalizados. Os dados completos do estudo, que contou com apoio da FAPESP, foram divulgados na plataforma medRxiv, em artigo ainda sem revisão por pares.

A Associação Brasileira das Academias (Acad Brasil), em conjunto com 10 CREFs, Panathlon Brasil, INATI e CELAFISCS publicou documento na mesma linha. Mostrando a importância do exercício físico no combate à COVID-19 e que as academias são ambientes seguros. Na Inglaterra, as academias receberam 8 milhões de visitantes nas primeiras três semanas de agosto e relataram apenas 17 casos de COVID-19. Na Austrália, 6 milhões de pessoas frequentaram mais de quatrocentas academias durante dois meses (junho a agosto) e não houve caso de transmissão dentro dos estabelecimentos. No Brasil, os protocolos são bem rígidos o que garante segurança aos frequentadores.

O Prof. Lúcio Beltrão, especialista em saúde mental pela Faculdade de Ciências Médicas da UPE e presidente do Conselho Regional de Educação Física (CREF) de Pernambuco informa que: “As pessoas que são hospitalizadas ou estão morrendo da COVID-19, quase sempre, têm outras comorbidades, são sedentárias, obesas, hipertensas ou cardiopatas, por exemplo. O exercício físico orientado é essencial para saúde física e mental, traz incontáveis benefícios especificamente no contexto da pandemia da COVID-19 como estimular o sistema imunológico, aumentar a resistência orgânica e reduzir o estresse e a ansiedade. Portanto, o profissional de educação física e os espaços que promovem saúde e previnem doenças como academias, box ou estúdios precisam ser vistos como aliados no combate ao coronavírus e outras doenças”.

Dr. Richard Horton, editor-chefe da revista médica The Lancet afirma: “Até agora, todas as medidas tentaram evitar a transmissão do novo coronavírus. Porém, combater a COVID-19 deveria incluir o tratamento de hipertensão, obesidade, diabetes, câncer e doenças cardiovasculares”.

Ailton Mendes, presidente da ACAD Brasil, explica: “É de grande importância o serviço que pode ser prestado pelas academias e pelos profissionais de educação física. O Brasil tem uma característica própria que é ter profissional da saúde ministrando atividade física orientada dentro desses espaços. As academias ao contrario do que se pensa não são locais de entretenimento e lazer, até é gostoso, até é divertido praticar atividade física nesses espaços, mas são espaços, de fato, de geração de saúde física e mental, sem contar a possibilidade do convívio social. Locais onde a entrada, a permanência e todos os protocolos são religiosamente seguidos, desta forma são locais seguros, que entregam saúde à população. Precisamos tratar a causa das comorbidades que é o sedentarismo, esta é mais uma pandemia que estamos enfrentando, pois o Brasil é o quinto país mais sedentário do mundo”.

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