Brasília volta ao centro do tabuleiro: Fábio Bernardino assume a secretaria que era vitrine de Vicentinho Alves


Representação do município na capital federal muda de mãos justo no momento em que Palmas precisa manter convênios e destravar recursos numa gestão ainda interina

A Secretaria Extraordinária de Representação de Palmas em Brasília — espécie de “embaixada” do Paço na Esplanada — ganhou novo titular. O prefeito interino Pastor Carlos Velozo escolheu Fábio Bernardino para a pasta que faz o meio-de-campo com ministérios, bancadas e órgãos de controle. A nomeação foi divulgada na noite desta sexta-feira (4) e justificada como um movimento para “fortalecer o trânsito institucional” da gestão na capital federal. 

A cadeira havia sido ocupada, até dois dias atrás, pelo ex-senador Vicentinho Alves, político com mais de três décadas de mandatos consecutivos entre Câmara, Senado, Assembleia Legislativa e Prefeitura de Porto Nacional — o integrante mais experiente de todo o secretariado nomeado originalmente por Eduardo Siqueira Campos. Vicentinho deixou o posto em solidariedade ao prefeito afastado, após a Operação Sisamnes, abrindo uma lacuna estratégica justamente quando projetos financiados pelo PAC e emendas de bancada começam a ser licitados. 

Ao optar por Bernardino, Velozo sinaliza confiança pessoal: o novo secretário chegou a Palmas vindo de Recife no início da semana, assumiu o Gabinete do Prefeito e, mesmo sob críticas por declarações polêmicas, já reúne as chaves de duas portas centrais da gestão — o fluxo interno do Paço e a articulação em Brasília. Segundo nota oficial, pesa a favor do escolhido sua experiência em governos do Distrito Federal e de Pernambuco e o “trânsito institucional” que teria construído junto aos parlamentares. 
O posto é mais que simbólico no xadrez tocantinense. Foi por meio da Representação que Vicentinho manteve diálogo direto com o relator do Orçamento no Senado, assegurou emendas para obras de infraestrutura e monitorou repasses de saúde. Sem esse canal afinado, convênios podem atrasar ou naufragar — algo que a gestão interina, ainda buscando legitimidade política, não pode se dar ao luxo de perder.

Postar um comentário

0 Comentários