Moro tem prestígio popular e poderá ser convocado para disputar as eleições de 2022

O juiz Sérgio Moro tem recebido criticas do PT e de outros partidos por ter aceitado o convite de Jair Bolsonaro para ser seu ministro da Justiça. Figuram entre os seus críticos o ex-ministro Ciro Gomes e o senador Romero Jucá, para os quais ele deixou de ser magistrado há muito tempo. Teria virado “político”, na acepção literal do termo, desde que passou a julgar os processos da Operação Lava Jato. Moro parece incomodado com a acusação e cada vez que dá explicações fica mal na fita. Alegou inicialmente que vai assumir um “cargo técnico”, a convite do presidente eleito, para pôr em prática uma política de estado de combate à corrupção, esquecido de que o cargo é “político” e que ficará subordinado à caneta do presidente. Mais recentemente, numa palestra feita em Curitiba, afirmou não pretender, “jamais”, disputar cargo eletivo, o que foi outro erro de sua parte, dado que tem prestígio popular e poderá ser convocado para disputar a Presidência da República em 2022, caso Bolsonaro cumpra a promessa de não disputar a reeleição. A propósito do “jamais”, em 1982, ao disputar o governo de Minas, Tancredo Neves declarou que não havia “força humana” capaz de convencê-lo a renunciar ao mandato para disputar a sucessão do general João Figueiredo. Um ano de quatro meses depois, questionado por que estava rasgando a promessa de cumprir integralmente o mandato de governador, respondeu mineiramente: “Eu realmente disse que não renunciaria ao  mandato de governador, mas não tenho como recusar uma convocação da Pátria”. A Pátria realmente o convocou para ser presidente da República e ele curvou-se à convocação. Moro nasceu no interior do Paraná e por estar na magistratura há 22 anos, desconhece os meandros da política.

(Por Inaldo Sampaio)

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