SENAI de Palmares – A herança maldita

DO PORTAL MATA SUL 

E a culpa é do prefeito, dos secretários ou dos vereadores?

Diante da conturbada situação financeira que a nação enfrenta, com reflexos negativos mais incidentes sobre os municípios, cada prefeito deveria estar mais atento, usar da criatividade e ser muito mais econômico para, pelo menos, tentar amenizar os custos da máquina municipal, sob pena de pagarem um preço muito alto devido ao descaso com a falta de preservação dos bens físicos do patrimônio do município.

Será que você, cidadão palmarense, sabe quanto a Prefeitura gasta com aluguéis de prédios? Se somar o custo mensal de aluguéis com mais os R$ 450.000,00 que é descontado referente ao pagamento do Senai, dá um total de quanto por mês? E, no caso, esse montante corresponderia a quantos salários que poderiam estar sendo pagos aos pais e mães de família, que foram demitidos e estão passando dificuldades?

Há alguma maneira de inverter esse estado de coisas? Para o problema do Senai, não! A “herança maldita” deixada para trás por um gestor inconsequente, custará esse meio milhão de reais criminosamente descontado todo mês no FPM até o ano de 2020. Já o absurdo que se gasta com aluguéis tem jeito, sim, quer ver só?


Se somarmos o total de salas existentes no Senai, com mais o Centro Social Urbano e o Hospital Regional desativado, cabem todas as Secretarias, Postos Médicos e Odontológicos, Central de Regulação de Exames, Marcação de Consultas e Distribuição de Remédios, Vigilâncias Sanitária e Epidemiológica, CRAS, CREAS, Guarda Municipal, garagem, oficina, Delegacia do Serviço Militar e ainda sobra espaço para instalar até a Associação dos Artesãos. 

E por que ninguém se mexe para resolver isso, depende de quem? Da vontade política do Prefeito. É impossível fazer isso? Não! E como é que se justifica a despesa de quase meio milhão por mês do Senai, lá abandonado e servindo de coito para maconheiro, ladrão e prostituta, quando o mesmo pode ser ocupado pelos setores da Prefeitura e a fábula de dinheiro que se gasta com aluguéis economizada todo santo mês? Ah mas tá feio! Se tá feio, o que um bom retelhamento, uma faxina geral e uma pintura não resolvem?

Em 1994, como já se encontrava desativado e tomado pelo matagal, o prefeito Ivanildo Pereira Alves desapropriou o Senai, que era de propriedade da FIEPE – Federação das Indústrias de Pernambuco. A Prefeitura fez o depósito do valor da desapropriação numa conta judicial, de acordo com o valor da terra naquele tempo.


A Fiepe não aceitou, queria mais dinheiro e entrou com recurso na Justiça. O processo se arrastou por décadas e a correção monetária foi engordando a cada audiência, sem que os prefeitos ligassem à mínima. Enquanto isso, foram ocupando os 14 hectares do Senai com prédios públicos e doando lotes às instituições e ao povo.

Passaram a 2ª e 3ª gestões de Chiquinho, as gestões de Enoelino e Beto, quando chegou em João Bezerra, saiu a cacetada final: A Prefeitura condenada a pagar R$ 20 milhões, sem direito a qualquer recurso jurídico (tinha sido condenada em última Instância!).

Não adiantou reclamação, choro e lamentações. O débito foi parcelado em prestações de R$ 450.000,00 que são descontadas todo mês pela Receita Federal, antes mesmo do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) ser creditado na conta da Municipalidade. Ah, quando é pra eles cobrarem alguma coisa, já sabe…



O que não se compreende é a atitude da atual Gestão Pública (que jurou ao povo consertar os erros que encontrasse), de continuar pagando uma fortuna com aluguéis, tendo centenas de salas no Senai, no Centro Social Urbano e no antigo Hospital Regional, as quais só carecem de uma boa limpeza para serem utilizadas, uma vez que a parte física desses locais estão em razoáveis condições estruturais.

“Como é que o prefeito deixa abandonada e se acabando uma estrutura dessa como o Senai, que hoje só acoita ladrão, maconheiro e puta?”, indaga o aposentado Djalma Lopes, de 79 anos, que mora próximo à Sulanca e já teve a residência arrombada por duas vezes.

Revoltada com as demissões da filha, que trabalhava como servente numa escola, e do genro que atuava como pedreiro, dona Mariinha verdureira emendou: “É tudo igual. Prometeu o céu e a terra e pediu a gente pra ajudar votando nele. Quando chega na prefeitura, qualquer apertinho que tem, coloca logo os pobres dos assalariados na rua. Cadê que mexe com os graúdos que ganham fortunas, quando o pequeno foi quem carregou ele nas costas?”, desabafou ela.



Quantos cursos profissionalizantes não poderiam ser instalados nas salas desses prédios abandonados em Palmares, para beneficiar jovens, adultos e pessoas da terceira idade, que tanto pediram ao prefeito Altair Júnior atividades geradoras de novas ocupações e renda?

Existem projetos e programas simples e baratos, que poderiam ser implantados nesses locais ociosos para ocupar referidos espaços e beneficiar direta e indiretamente muitos palmarenses, a exemplo de Cursos de Corte e Costura, Tricô, Crochê, Tapeçaria, Bordados, Pintura em Tecidos, Culinária, Doces e Confeitaria, Economia Doméstica, Xadrez, pequeno fabrico de vassouras, espanadores, flanelas para lavar carros e Utilidades para o Lar com garrafas Pet, além de Hortas Comunitárias e dezenas de outras atividades que envolvam a juventude e os idosos.

E o que falta pra isso? O Sr. Prefeito promover o que poderia se chamar de “Mutirão da Ocupação e Renda”, envolvendo todo o Poder Legislativo, as Secretarias Municipais, Autarquias e Fundação, bem como Organizações Não Governamentais (Palmares e região tem várias funcionando), as entidades classistas como CDL, ACP, Sindicato dos Comerciários e Sindlojas, os clubes de serviço Rotary, Lyons, Maçonaria e Escoteiros, além dos órgãos públicos estaduais (10º BPM e BEPI) e até a iniciativa privada. Se convidar para uma ação nobre desse porte todo mundo vem ajudar!

Quais seriam os objetivos? Limpar e ocupar os prédios vazios (com isso a malandragem desaba), instalar neles uma grande incubadora de projetos e programas sociais, fomentadores de atividades rentáveis para jovens e adultos, além também de aulas com noções de Cidadania, Combate à Violência, etc., tudo com apoio e parceria dessas entidades mencionadas. Com poucos meses, muita gente já começaria a ganhar um dinheirinho, porque aprendeu a criar e a produzir alguma coisa que gere lucro.

Com essa engrenagem toda funcionando e gerando alegria e contentamento, com resultados altamente positivos e satisfatórios para muitas famílias palmarenses, a aprovação do prefeito Altair Júnior vai ou não vai subir vertiginosamente? Tá certo, é um sonho. Mas é impossível de concretizar? NÃO! Então mãos a obra, prefeito, acorde pelo amor de Deus, quatro anos passam depressa!!!

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