"A Zona da Mata é uma região com potencial para gerar empregos e renda", afirma Doriel Barros ao apresentar proposta para o desenvolvimento da Zona da Mata em Audiência Pública

Foto: Jarbas Araújo

Os encaminhamentos foram apresentados durante audiência pública na sede do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Assalariados Rurais de Rio Formoso

Proposta pela Comissão de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural da Assembleia Legislativa de Pernambuco, presidida pelo deputado estadual Doriel Barros, a audiência pública sobre as Estratégias para o Desenvolvimento Social e Produtivo da Zona da Mata de Pernambuco aconteceu no município de Rio Formoso, nesta quinta-feira (21). A audiência teve uma série de encaminhamentos como propor ao Governo do Estado a criação de uma Comissão Técnica para o desenvolvimento dessa região e a solicitação ao Consórcio de Governadores do Nordeste a criação de um Seminário Regional sobre a Zona da Mata Nordestina.

O encontro reforçou a importância da região, afinal, mais de 60% dos pernambucanos e pernambucanas moram na Mata Norte e Mata Sul. "Precisamos enfrentar essa triste realidade que existe na Zona da Mata. As pessoas precisam entender que essa é uma região com muito potencial, por isso a importância desse encontro com representantes da Alepe, do Governo do Estado, dos movimentos sociais e sindicais e da sociedade civil. Até quando vamos conviver com essa realidade?", questiona Doriel.

Vale ressaltar que, historicamente, a Zona da Mata de Pernambuco é uma região onde as políticas públicas são ausentes, sem projetos de desenvolvimento social e econômico. "Para ter uma noção do quão abandonada a Mata está, na década de 1970, Pernambuco disputava com São Paulo a posição de maior produtor de cana-de-açúcar do Brasil. Hoje, nosso Estado produz apenas 2% da cana nacional", destaca o advogado Bruno Ribeiro.

Outro dado alarmante é a queda no número de empregos nos últimos 30 anos: antes do fechamento das usinas sucroalcooleiras, haviam cerca de 240 mil postos de trabalho. Hoje em dia são menos de 40 mil. As disputas fundiárias também são outro problema grave para a população da localidade.  

"A audiência foi importante para todos os setores da sociedade, principalmente para a classe trabalhadora. Não podemos mais aceitar a falta de projeto para a Zona da Mata, por isso estamos apresentando esses importantes encaminhamentos", afirma Doriel.

Os movimentos e organizações sociais presentes destacaram os desafios que estão sendo enfrentados pela classe trabalhadora, seja agricultor familiar, seja assalariado rural. Na oportunidade, os representantes do Governo de Pernambuco apresentaram algumas ações que estão sendo desenvolvidas pela gestão estadual voltadas à região.

Participaram da audiência pública a Secretária Executiva de Planejamento e Acompanhamento da Secretaria de Desenvolvimento Agrário, Agricultura, Pecuária e Pesca de Pernambuco, Jackeline Gadé; o Secretário Executivo de Combate à Fome da Secretaria de Assistência Social, Combate à Fome e Políticas Sobre Drogas de Pernambuco, Felipe Medeiros; o presidente do Iterpe, Cleodon Ricardo; a presidenta da Fetape, Cícera Nunes;  João Oliveira, representando a Fetaepe; Carlos Adriano, Agente Pastoral da CPT Mata Sul; Henrique Marinho, do Centro Sabiá; o advogado Bruno Ribeiro; e José Junior, representando a Amupe;

ENCAMINHAMENTOS DA AUDIÊNCIA PÚBLICA

1 - Propor ao Governo do Estado a criação de uma Comissão Técnica para definir diretrizes que serão implementadas para o desenvolvimento da Zona da Mata;

2 - Solicitar ao Consórcio de Governadores do Nordeste a criação de um Seminário Regional sobre a Zona da Mata Nordestina;

3 - Para que o ProRural volte a fazer funcionar projetos que estão parados e crie métodos criativos de desenvolvimento para a região;

4 - Solicitar, com o apoio dos movimentos sociais, uma reunião com Wellington Dias, Ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome;

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