Após um ano turbulento na política, os primeiros meses de 2023 apontam para um reposicionamento e planejamento estratégico em comunicação por parte dos atores políticos que vislumbram espaços maiores nas próximas eleições. O pleito municipal – que já entra no radar – será marcado pelo arrefecimento da polarização nacional e pelo debate em torno da capacidade de trabalho. Esta é a avaliação do jornalista e consultor em marketing político Felipe Salgado, que já coordenou campanhas eleitorais em cidades de Pernambuco e da Paraíba.
“O fim da era Jair Bolsonaro da forma como se deu e o discurso num primeiro momento pacificador do presidente Lula tendem a diminuir a polarização do debate, fazendo com que o eleitor passe a cobrar resultados práticos e não apenas o posicionamento a partir de valores. Quem realizar mais entregas ou mostrar que tem condições para tal ao longo de 2023, sairá na frente na corrida por 2024”, analisa Salgado.
Além de mostrar a capacidade de fazer, ouvir o eleitor também deve ser visto como prioridade na classe política. “Pesquisas qualitativas precisam estar no radar, mas além delas a interação corpo a corpo e nas redes sociais de forma mais pessoal servem como balizador da ação política. É a partir da escuta da população que se pode definir o que dizer, como dizer e para quem dizer a partir da aplicação de uma estratégia eficiente de comunicação”, orienta o jornalista.
Para Felipe Salgado, um plano de comunicação que promova o diálogo e considere a utilização integrada de canais on-line e off-line é essencial na consolidação da reputação. “É inegável que as redes sociais desempenham um papel crucial na construção da imagem do político, mas é da mesma forma importante investir em canais tradicionais para que se tenha um alicerce, um fiador dessa imagem a se construir. Cada passo deve ser dado na hora certa e um bom planejamento é aquele que aponta a hora certa de agir”, explica.
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