Pernambuco confirma epidemia de gripe. Secretaria de Saúde registra 874 novos casos e mais 6 mortes pela H3N2; total de infecções passa de 2,4 mil e mortes são 11 ao todo

O secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, confirmou, nesta quinta-feira (30), que o estado passa por uma epidemia da influenza H3N2.

"A H3N2 está concentrada na 1ª macrorregião de saúde, na Região Metropolitana, mas já a identificamos em praticamente todas as macrorregiões do Estado. Portanto, estamos vivendo hoje uma epidemia de H3N2, e provavelmente da variante Darwin, em meio à pandemia da covid-19", afirmou.

A fala foi proferida durante entrevista coletiva em que o secretário confirmou a totalização de 2.466 casos e 11 mortes pela gripe em Pernambuco.

Na nova atualização, foram confirmados mais 874 casos, em uma nova rodada de análises realizada pelo Laboratório Central de Saúde Pública de Pernambuco (Lacen-PE). Também foram confirmados mais seis óbitos.  

Com isso, Pernambuco totaliza, desde o início deste ano, 2.466 casos da doença, sendo 2.449 da nova cepa do subtipo A (H3N2), enquanto 17 são não subtipáveis. Do total de registros, até o momento, 139 (5,6%) apresentaram Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). 

Ao todo, Pernambuco soma 11 óbitos pela H3N2, sendo 5 pessoas do sexo masculino e 6 do feminino. Os pacientes que falecerem em decorrência da gripe eram residentes em Recife (6), Ipojuca (1), Olinda (1), Goiana (1), Tracunhaém (1) e São Lourenço da Mata (1). As idades dos pacientes variam entre 1 e 92 anos. As faixas etárias são: 1 a 9 (1 óbito), 20 a 29 (1), 30 a 39 (1), 40 a 49 (1), 60 a 69 (5) e 80 e mais (2). Todos os pacientes apresentavam comorbidades e possuíam fatores de risco para complicação por influenza, como diabetes, doença cardiovascular, doença renal crônica, cardiovasculopatias, hipertensão arterial e sobrepeso.

“As contaminações estão ocorrendo dentro das residências. Então, se você tiver qualquer sintoma de gripe, faça o auto-isolamento e coloque a máscara, mesmo estando dentro de casa. E precisamos de uma atenção toda especial com os idosos, as crianças e pessoas com comorbidades severas, que são mais suscetíveis ao agravamento. Este é um momento de proteger as pessoas que amamos. E as pessoas que amamos só estarão seguras se reforçarmos os cuidados individuais”, afirmou o secretário estadual de Saúde. 

NOVOS LEITOS

Diante do aumento dos casos de Influenza A H2N3 em Pernambuco, a Secretaria Estadual de Saúde anunciou a conversão de leitos para atender pacientes com quadros de Síndrome Respiratória Aguda Grave. 

De acordo com o secretário de Saúde, André Longo, nos últimos dias, o Governo de Pernambuco abriu 193 vagas, sendo 36 de UTI (Unidades de Terapia Intensiva). Ao longo das próximas semanas, serão abertos mais 200 leitos, sendo 128 de terapia intensiva. 

Os novos leitos foram abertos, desde a última sexta-feira (24), nos hospitais Agamenon Magalhães (32); de Referência à Covid-19 Unidade Boa Viagem (10); Maria Lucinda (10 de enfermaria e 6 de UTI); Santa Maria, em Vitória de Santo Antão (20); Brites de Albuquerque, em Olinda (20 de enfermaria e 10 de UTI); Maria Vitória, em São Lourenço da Mata (15); Maria Vitória no Recife (10 de UTI); Evangélico (10); Apami Vitória (40); e Otávio de Freitas (10 de UTI). 

Nesta quinta-feira, ainda há a previsão de abertura de outros 20 leitos de UTI no Hospital Otávio de Freitas e no Memorial Guararapes. 

Atualmente, Pernambuco possui com 1.496 leitos para pacientes com dificuldades respiratórias, sendo 741 de UTI.

André Longo explicou que, na última semana epidemiológica, os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) e as solicitações por vagas de UTI tiveram crescimento, influenciados pelo aumento da circulação do vírus da Influenza A H3N2. “Na semana epidemiológica 51, tivemos um crescimento de 59% nos casos de Srag em comparação com a semana anterior. Já em relação aos dados da central de regulação, no mesmo período, tivemos um aumento de 68%. Mas ressalto que este aumento nos indicadores não está relacionado à Covid-19, cuja positividade geral continua estável. Este aumento está sendo provocado pela Influenza. Estamos vivendo uma epidemia de Influenza em meio à pandemia da Covid-19. É uma situação que só reforça a necessidade do cuidado individual, com uso da máscara, da higienização das mãos e, também, da testagem e isolamento das pessoas com sintomas gripais. A atitude de cada um de nós será determinante para reduzir a circulação dos vírus e, consequentemente, diminuir o número de doentes”, disse.

 

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