O Governador Paulo Câmara só deve tratar de campanhas eleitorais em 2020. Pelo menos a respeito das eleições municipais. "A estratégia é a seguinte: Nos municípios onde houver mais de um candidato da base, o governador não irá" disse em reserva um palaciano. Um dos acordos feitos do governador Paulo, é com a sua vice, Luciana Santos (PC do B). Luciana acordou com o governador que onde o PC do B disputar contra qualquer partido da base ou o próprio PSB, Paulo Câmara não vá para o palanque.
Essa estratégia foi usada pelo Governador Eduardo Campos nos anos de 2008 e 2012 e deu certo. Tanto o PSB saiu com inúmeras prefeituras, como os partidos aliados. Para alguns amigos, o governador chegou a gravar uma mensagem em mídia pedindo o voto dos populares da cidade. No entanto, onde o adversário era oposição, Eduardo foi. Em alguns, venceu. Em outros não. A partir dessas informações vocês podem tirar às conclusões sobre a participação de Paulo Câmara nos 184 municípios pernambucanos.
Em alguns casos chama a atenção e levanta-se o questionamento de como o governador irá agir, ou se já não pode ser chamado de "quebra de acordo" ou se é "exceção à regra". Em Cumaru, no agreste pernambucano, a Prefeita Mariana Medeiros(PTC) vai disputar contra a sua vice Nadjane Peixoto(PC do B). No entanto, o Governador já esteve visitando e almoçando na fazenda do Presidente da ALEPE, deputado Eriberto Medeiros, quando aconteceu o Todos Por Pernambuco na cidade de Surubim. Cumaru é uma cidade que a vice ficará em um palanque e o governador em outro. Além disso, o ex-prefeito Eduardo Tabosa (PSD) que também é da base do governador, vai disputar a Prefeitura. É lógico que a cidade é administrada pela esposa do Presidente da Assembleia Legislativa e eles são aliados e vale frisar que são fortes aliados, e que isso pode sim comprometer o acordo do PC do B que iria favorecer Nadjane Peixoto.
Em Olinda estamos diante de uma amostra de como o acordo entre PC do B e PSB também não vão funcionar. O Prefeito Lupércio está com a faca e o queijo na mão para colocar o governador em seu palanque. Esbarra na candidatura do deputado estadual João Paulo (PC do B) que é apadrinhado pela vice-governadora Luciana Santos e pelo deputado federal Renildo Calheiros. A diferença é que em Olinda é "terreno deles" tendo em vista que a cidade foi administrada pelo PC do B durante 16 anos. "A vice-governadora sabe do apreço que o governador tem por ela e deve entender os acordos que estão sendo feitos com várias pessoas do tabuleiro eleitoral" disse uma pessoa que conversou comigo. Já outra pessoa que é ligada a setores de partidos palacianos avaliam que Luciana deveria "agradecer o fato de ser vice-governadora hoje a conjuntura de 2018" e que a mesma "teria dificuldades de se eleger deputada no ano passado".
Todos sabem que Luciana só foi alçada ao posto de vice porque aliou o partido em nível nacional ao PT e esse acordo foi decisivo no estado porque retirou a candidatura fortíssima de Marília Arraes ao governo do estado e colocou Lula no palanque do governador candidato a reeleição e isso foi decisivo para Paulo Câmara sagrar-se vitorioso em 2018. "O PC do B e o PSB não devem mais nada um ao outro. O PC do B tem o espaço no governo, e elegeu a vice-governadora. 2020 é outra história. Agora é cada um por si" disse.
Acreditemos até que se prove o contrário que o Governador Paulo Câmara vai respeitar o acordo que Eduardo respeitou: Ir apenas onde a base não está dividida. Qualquer quebra de acordo neste sentido, poderá soar muito mal para o governador que pode se afastar do Governo em 2022 para pleitear um novo cargo eletivo e terá que passar às chaves do governo para Luciana Santos e o PC do B.
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