Líder evangélico cobra Bolsonaro por nomeação: “Ele tem que se explicar”

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Um dos líderes da bancada evangélica no Congresso, o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), cobrou nesta quarta-feira (28) o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) pela confirmação do deputado Osmar Terra (MDB-RS) para o futuro Ministério da Cidadania. Cavalcante não se opõe ao nome de Terra (que não integra a frente), mas afirma que foi Bolsonaro quem pediu uma indicação para a pasta à frente evangélica – que ofereceu três opções na última terça (27). O capitão da reserva, segundo Sóstenes, fechou com o emedebista sem consultá-los.

"Quem pediu foi o próprio presidente Jair Boslonaro. Então ele é quem tem que explicar como é que ele pede nome e decide por outro, quais foram os critérios que ele usou e decidiu sem comunicar ninguém. Aí é com ele", reclamou Sóstenes, que fez uma cobrança. "Para a gente [deputados], ele vai ter que explicar na hora dos votos [para projetos de interesse do governo no Congresso] no ano que vem", disse.

“A bancada entendeu mal o presidente. Ele quis ouvir, mas não abriu mão do direito de recusar os nomes. Não houve o compromisso de aceitar qualquer indicação”, disse um parlamentar com amplo trânsito no governo de transição.

Sóstenes diz que a bancada não deverá apontar nomes para nenhum dos ministérios que ainda não têm comando definido.

"Se dependesse de mim, não tinha nem indicado os de ontem [terça]", disse. Os evangélicos haviam sugerido os deputados Marco Feliciano (Podemos-SP), Ronaldo Nogueira (PTB-RS) e Gilberto Nascimento (PSC-SP). Os evangélicos deverão somar, ao lado das frentes agropecuária e da segurança - as chamadas bancadas ruralista e da bala -, cerca de 300 integrantes da Câmara na próxima legislatura.

O Congresso em Foco pediu um posicionamento sobre o assunto à assessoria de Bolsonaro e aguarda resposta. A matéria será atualizada assim que houver retorno da equipe de transição.

Apesar do desentendimento  nome de Osmar Terra não desagrada os evangélicos. "É um bom companheiro, não tem problema nenhum", diz Sóstenes.

(Rafael Neves - Congresso em Foco)

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