Coluna do dia: Lula sai da cadeia para depor

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O ex-presidente Lula (PT) anunciou nas suas redes sociais que estará pela primeira vez em sete meses saindo da superintendência da Polícia Federal para depor na sede da Justiça Federal no processo do Sítio de Atibaia.

“Preso político há sete meses, Lula deixará a sede da Superintendência da Polícia Federal pela primeira vez desde que foi preso em 7 de abril deste ano. O ex-presidente irá depor à juíza substituta da Lava Jato, Gabriela Hardt, nesta quarta-feira (14).” Postou em suas redes sociais.

O ex-presidente aproveitará o momento para criticar a nomeação de Sérgio Moro para o cargo de Ministro da Justiça e Segurança Pública. O PT acusa Moro de fazer política no cargo de juiz e ter feito parte de uma trama que tirou o ex-presidente da disputa eleitoral. Lula liderava todas às pesquisas de intenção de votos até ter sua candidatura barrada com base na Lei do Ficha Limpa.

Entenda o caso

O empresário e um dos donos do sítio em Atibaia (SP), Fernando Bittar, disse em interrogatório à Justiça Federal nesta segunda-feira (12) que achava que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva faria o pagamento das obras na propriedade. Lula está preso em Curitiba.

Bittar, o ex-presidente e outras 10 pessoas são réus no processo da Operação Lava Jato. Conforme o Ministério Público Federal (MPF), Lula recebeu propina de empresas como a OAS e a Odebrecht por meio da reforma e decoração no sítio em que frequentava com a família.

Também foram interrogados nesta quarta-feira o ex-assessor da presidência da República, no governo Lula, Rogério Pimentel, e o advogado e amigo do ex-presidente Roberto Teixeira. Os réus reafirmaram o que já tinham dito à Justiça.

Pimentel, que é réu na ação por lavagem de dinheiro, foi o primeiro a prestar depoimento nesta quarta. Os interrogatórios foram comandados pela juíza federal Gabriela Hardt, substituta na 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba.

O ex-assessor da presidência é apontado por testemunhas como o representante de Lula no sítio durante as reformas. Os procuradores afirmam que ele fez pagamentos em dinheiro vivo repassado pela Odebrecht.

"A gente como empregado, você pega uma conta e paga. Não tenho autonomia para perguntar da onde ele arrumou o dinheiro", disse.

No depoimento, ele afirmou que a ex-primeira dama Maria Letícia, já falecida, pediu para que ele acompanhasse as obras.

"Dona Marisa sempre foi durona, exigente e reservada em relação a esse tipo de coisa. As pessoas falam você era de confiança', eu era de confiança sim, pra buscar um pão na padaria, comprar uma carne, levar cachorra no veterinário, buscar filho na escola, ou até mesmo o neto, isso era confiança", contou.

O segundo a ser interrogado foi o empresário e um dos donos do sítio em Atibaia - que também é réu por lavagem de dinheiro.

Bittar explicou que em um determinado momento passou a frequentar menos o sítio e que a família de Lula começou a utilizar mais a propriedade, inclusive levando objetos pessoais para o local.

Ele disse também que acreditava que o ex-presidente faria o pagamento das obras, mas o MPF afirma que notas fiscais da reforma estão em nome de Bittar, com pagamentos feitos pela OAS e pela Odebrecht, como no caso do empreiteiro Carlos Prado.

O réu foi questionado sobre uma nota fiscal de prestação de serviços do empreiteiro em nome de Bittar e de um contrato de prestação de serviços também em nome dele. Bittar disse que não tinha conhecimento.

"Soube posteriormente através de mídia, imprensa. Eu não conheço essas pessoas", afirmou Bittar.

O último a depor foi o advogado e amigo de Lula. O delator Alexandrino Alencar afirmou que Roberto Teixeira ajudou a elaborar um contrato fictício para esconder o real beneficiário da reforma.

No depoimento, Teixeira disse que é testemunha do caráter e da lisura do ex-presidente e que se lembra de somente uma reunião com o delator.

Ele afirmou desconhecer a razão para a Odebrecht esconder que fazia obras no sítio. Sobre a reunião com Alexandrino, ele afirmou que foi uma "consulta jurídica direta e objetiva em relação à questão da averbação" e que apenas respondeu.

O que a defesa de Lula diz

A defesa do ex-presidente Lula disse que o depoimento desta segunda não deixou qualquer dúvida de que Fernando Bittar é o proprietário de fato e de direito do sítio.

Os advogados afirmaram ainda que ficou evidente que Lula não tinha conhecimento ou relação com as obras enquanto era presidente, e que as provas do processo não mostram relação entre as obras e contratos da Petrobras.

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