Um duelo de gigantes

Resultado de imagem para Paulo Câmara e Armando Monteiro
Com troca de farpas e acusações chegamos ao final da campanha de 2018 com um segundo turno inédito na política brasileira: Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) devem disputar a cadeira presidencial e quem irá conduzir os destinos do país pelos próximos 4 anos. Mas, não é a respeito dessa disputa que eu quero falar, e sim a disputa estadual, para governador do estado.

A campanha pelo governo de Pernambuco repete a última disputa em que Paulo Câmara, o técnico escolhido por Eduardo Campos para lhe suceder, e Armando Monteiro, um político com um vasto currículo eleitoral. Armando foi o deputado federal mais votado na disputa de 2006, e o senador mais votado em 2010, mesmo naquele ano às pesquisas lhe colocando em segundo lugar, Armando deu uma virada grande do sábado para o domingo. Em 2014, Paulo Câmara venceu Armando com 68% dos votos contra 31% do trabalhista. Durante as duas últimas semanas, o então governador Paulo Câmara colocava 20 pontos à frente de Armando. 

Se em 2014, a comoção tomou conta da campanha pelo governo do estado. Nesta, temas como ódio, intolerância, e corrupção dominam a cena. Na semana em que três institutos de pesquisas mostram uma pequena vantagem para Paulo, alguns até mesmo dentro da margem de erro, o governador enfrenta o seu pior momento político-administrativo. Depois de dar apoio ao impeachment da presidente Dilma em 2016, Paulo Câmara sofreu um duro revés por parte do governo federal que condicionou liberação de emendas e de verbas ao estado, em troca de apoio às reformas trabalhista e previdenciária. Além de uma perseguição administrativa, companheiros de Paulo como o deputado Jarbas Vasconcelos passou pela mais violenta tentativa de ter o seu partido, o MDB, fora do seu controle, e entregue a um rival do Palácio que sonha dia e noite com a cadeira do Palácio: Fernando Bezerra Coelho.

Se Paulo sofreu um revés administrativo e político por parte de Temer, também pesou o mesmo sentimento na hora de sua aliança com o PT, para retirar do páreo a candidatura de Marília Arraes. O PSB até então, não acreditava que o substituto de Lula teria alguma força eleitoral capaz de fazer um candidato crescer no estado. Enganou-se. No entanto, o engano foi corrigido antes mesmo de começar a campanha eleitoral, o que ajudou na costura da aliança do PT e do PSB em diversos estados ainda no primeiro turno. Marília demonstrou força quando levou consigo 230 delegados do partido que a escolheram como candidata. No entanto, o PT Nacional decidiu tirar Marília Arraes da cena política de Pernambuco com uma troca: A neutralidade do PSB que já caminhava em passos largos ao palanque de Ciro Gomes. 

No início da campanha, Paulo disparou contra Armando de todas às maneiras de forma que a munição acabou.Armando também revidou ao demonstrar que que Paulo apoiou a reforma trabalhista. No mais baixo nível da campanha, Paulo acusou Armando de defender o trabalho escravo, o que culminou em uma ação no Tribunal Eleitoral de Armando contra Paulo. Ainda temos dois dias de guias eleitorais na TV, esta segunda e a próxima quarta. Na terça-feira ainda teremos o debate na TV GLOBO. Com isto, estaremos quase que com a campanha encerrada. Os candidatos podem usar a internet até o sábado a noite, para conversar com os eleitores. E hoje já se sabe do poder das redes sociais para a  política. E desse ringue, restará a grande decisão do eleitor no próximo dia 7 de outubro, que poderá se prolongar para o dia 28. 

Teremos pesquisas eleitorais nesta terça e na quarta-feira. E no sábado teremos os últimos levantamentos do IBOPE e do DATAFOLHA sobre o que pensa o eleitor. Fica a grande incógnita: Vai ser no primeiro turno? 
Vai ter segundo turno? Conseguirá Paulo Câmara vencer a rejeição ao seu governo? O povo de Pernambuco lhe dará outra chance? Será que o povo vai dar a chance a Armando Monteiro que ele tanto pede? Muitos são os questionamentos. A cabeça de um eleitor que chega a um número de 70% de indecisão com relação aos votos, para o senado, por exemplo, deixa-nos completamente sem arriscar um palpite de certeza. 

Existem os eufóricos, aqueles dos levantamentos internos. Mas, intenção de votos até chegar a votos é um longo caminho a ser percorrido. E para que esse voto que foi intencionado nas pesquisas não modifique, é necessário que esta semana que tem sete dias e cada dia umas 50 horas, exija bastante trabalho dos que estão envolvidos. Adrenalina a mil meus caros, eis que estamos a escolher o nosso futuro governador! É Pernambuco que está na decisão.

Escrito por Silvinho Silva 

Postar um comentário

0 Comentários