'Impedir arma e droga em cadeia é difícil', diz secretário de Justiça

Pedro Eurico, secretário de Justiça e Direitos Humanos
Após a morte de um agente penitenciário em um dos presídios do Complexo do Curado, na Zona Oeste do Recife, o secretário de Justiça e Direitos Humanos do Estado, Pedro Eurico, admitiu dificuldades para evitar a entrada de armas e drogas nas unidades. O agente Roberto Murilo Almeida de Oliveira, 37 anos, foi morto na manhã dessa segunda-feira (19) pelo detento Luis Jonas da Conceição, de 24, que o atacou, tomou sua arma e lhe deu um tiro. Segundo o secretário, o presidiário, além de portar uma faca artesanal, estava sob efeito de drogas.

Questionado sobre como os presos têm acesso a armas e drogas, Pedro Eurico disse que os objetos são arremessados sobre os muros do presídio ou entram nas visitas. “Ano passado apreendemos 60 armas de fogo, mais de três mil armas brancas e milhares de celulares”, disse. De acordo com o secretário, foram adquiridos scanners corporais e equipamentos raio-x para aumentar a fiscalização na entrada de alimentos e objetos pessoais. O maior problema, afirmou, está no entorno dos presídios, onde existem muitas residências. Foram colocados alambrados nos muros, na tentativa de conter os arremessos.

A polícia ainda apura como entraram a faca e as drogas usadas pelo detento que matou o agente. Sabem que o crime aconteceu por volta das 5h. Luis Jonas fugiu de sua cela no Presídio Aspirante Marcelo de Araújo (Pamfa) e apareceu “visivelmente perturbado”, segundo os relatos, em frente à gaiola - estrutura que controla a entrada e saída da penitenciária -, dizendo que estaria sendo ameaçado de morte.

O agente tentou conversar com o rapaz. “Ele abriu a porta e continuou conversando”, disse o secretário. “O detento portava uma faca e partiu para cima, pegando a arma do carcereiro e atirando nele”, prosseguiu Pedro Eurico. O presidiário foi contido por outros agentes com um tiro na perna e levado para o Hospital Otávio de Freitas, no Tejipió, Zona Oeste do Recife. Luis Jonas, que já respondia por roubo, também responderá por homicídio duplamente qualificado, em flagrante.

O presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários de Pernambuco (Sindasp-PE), João Carvalho, diz que houve uma tentativa de fuga em massa da cadeia e rebate a informação da Secretaria Executiva de Ressocialização(Seres) de que não acontecia um assassinato de agente em serviço havia 24 anos. “Em 2013 um agente morreu quando fazia a escolta de um preso do Piauí para o Recife. E, ano passado, dois sofreram uma tentativa de homicídio no (presídio) Frei Damião”, afirma.

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