Possível vice de Bolsonaro votou em Dilma em 2010

O empresário Flávio Rocha, dono da Riachuelo, candidato do MBL à presidência e possível vice de Bolsonaro, votou em Dilma em 2010. Segundo Rocha, ela “fez uma boa campanha ao prometer a preservação das virtudes dos dois governos do presidente Lula, garantindo a continuidade na economia”, disse à Istoé.

A matéria era chamada “A Construção da Vitória” e mostrava como Dilma “deixou de ser uma técnica do serviço público para transformar-se em uma figura política que se mostrou capaz de vencer nas urnas”:

O caminho de Dilma Rousseff até o Palácio do Planalto pode ser considerado curto. Em pouco mais de oito anos ela saiu da Secretaria de Minas e Energia do Rio Grande do Sul para se tornar a primeira mulher a ser eleita presidente do Brasil. Mas a rapidez com que se transformou de uma técnica afeita à burocracia do poder público em uma personalidade do mundo político não significa que esse trajeto tenha sido suave – mesmo contando com o apoio de um presidente com alto nível de aprovação popular como Lula. (…)


Para conquistar a larga maioria dos 134 milhões de eleitores brasileiros, Dilma passou por uma transformação da sua persona pública. Além dos retoques no visual, precisou mudar a maneira pela qual ela seria vista pelo eleitor. Ainda na pré-campanha, o primeiro objetivo foi substituir a imagem de gerente “pulso firme” pela de estadista maleável e política, apta a abordar temas importantes para o País. O discurso excessivamente técnico de Dilma no lançamento de sua pré-candidatura, no dia 13 de junho, no Centro de Convenções de Brasília, porém, acendeu uma luz amarela no QG petista. (…)

A presidente eleita acabou colecionando votos nas mais diversas classes sociais. Entre seus eleitores, as explicações para o apoio são variadas. Para a classe D, a maior vantagem identificada era a manutenção das políticas sociais do governo Lula. “Gostei das propostas dela, de gerar mais empregos e ampliar o Bolsa Família”, explica o sapateiro brasiliense Edmilson Félix dos Santos, que votou na candidata do PT. Afirmou-se ainda como a representante das mulheres: “A Dilma demonstrou ser uma guerreira e trabalhadora”, afirma a salgadeira paraibana Gildecleide Dias Dantas. (…)

Dilma também foi, aos poucos, garantindo mais confiança no meio empresarial, como atesta o presidente da Riachuelo, Flavio Rocha, que, no primeiro turno, votou na candidata do PT na embaixada brasileira em Paris. Ele se disse atraído pelos compromissos da candidata petista com a cartilha econômica adotada pelo ex-ministro Antônio Palocci, para quem o empresário promoveu um jantar no dia 10 de setembro nos Jardins, em São Paulo. “A Dilma fez uma boa campanha, ao prometer a preservação das virtudes dos dois governos do presidente Lula, garantindo a continuidade na economia”, diz Rocha. O empresário entende que a transformação que o Brasil sofreu em menos de uma década alimentou de cima a baixo no País o desejo de continuidade. “Superamos contrastes abissais e transformamos uma classe C quase em extinção em classe majoritária”, aponta Rocha. (…)

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