Cardozo quer reescrever roteiro do impeachment


Na versão do PT, todos os personagens da história dos 13 anos do poder petista são fictícios. Qualquer semelhança com companheiros vivos —ou vivíssimos— é mera coincidência. Mas José Eduardo Cardozo exagera no seu esforço para reescrever a história do impeachmente de Dilma Rousseff.
Advogado de Dilma, Cardozo disse nesta sexta-feira que Sergio Moro “criou o clima político que desencadeou o processo de impeachment”. Nessa versão, o que entornou o melado foi o áudio de uma conversa entre Dilma e Lula, que estava sob grampo autorizado por Moro. O Supremo reprovou a divulgação do diálogo, recordou Cardozo.
No grampo, Dilma informava a Lula que mandaria o “Bessias” levar o ato de nomeação do ex-presidente para o cargo de ministro-chefe da Casa Civil. Receava-se na época que Moro mandasse prender Lula. Como ministro, o pajé do PT ganharia foro privilegiado e ficaria fora do alcance do juiz de Curitiba. Como se sabe, não funcionou.
A divulgação do áudio provocou barulho, pois as vozes de Dilma e Lula soavam na fita em timbre vadio. Cardozo tem razão quando diz que o então ministro Teori Zavaschi, relator da Lava Jato no Supremo, ralhou com Moro, desautorizando-o. Porém, nada disso elimina três fatos históricos: 1) O que  produziu o ambiente pró-impeachment foi a roubalheira, que tem raízes no primeiro mandato de Lula. 2) O que acomodou a corda no pescoço de Dilma foi a ruína econômica que a inépcia de madame produziu. Quem “criou o clima” foi Eduardo Cunha. Quem apertou o nó foi Michel Temer. Nada a ver com Sergio Moro. Quem colocou essa dupla no centro do palco foi o PT.
O resto é fábula petista.

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