Policia Civil detalha Operação Samidarish


Blog da Folha
A Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) detalhou, hoje, em coletiva de imprensa, a Operação Samidarish, que investiga desvio de verbas da Prefeitura de Buenos Aires, na Zona da Mata de Pernambuco. De acordo com as investigações, foram desviados cerca de R$ 12 milhões que seriam destinados para as áreas da saúde pública, transporte e merenda escolar, entre outros.
O foco da investigação foi a lavagem de dinheiro. De acordo com o delegado Izaías Novaes, os relatórios da Polícia Civil apontaram que o processo licitatório não ocorria, mas que havia fraude e o procedimento era 'montado'.
Além disso, que a movimentação financeira das empresas e dos investigados mostra que a maioria dos sócios é, na verdade, laranja, e que agentes políticos estavam por trás da administração das empresas investigadas.
A Operação Samidarish foi deflagrada na última sexta-feira (27) e culminou na prisão do ex-prefeito de Buenos Aires Gislam de Almeida Alencar (PSDB) e do vereador Flávio José Barbosa, conhecido como Flávio Deda. O tucano chegou a ser encaminhado para o Centro de Observação Criminológica e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, mas já foi solto.
Já o vereador Flávio de Deda, segundo as investigações, recebia o dinheiro das empresas envolvidas - cerca de R$ 3 milhões de 2013 a 2016. O edil também abriu o restaurante Comendador, localizado no bairro do Pina, na Zona Sul do Recife. Na casa dele foi encontrada uma arma de fogo. Ele foi autuado em flagrante, pagou fiança e foi solto no sábado (28).
“A Operação Samidarish foi um desdobramento das operações Comunheiro I e II que teve início na comarca de Carpina e lá atuou a Polícia Civil e o promotor de Justiça de Carpina. E em resultado dessas duas operações, verificou-se que as empresas eram quem mais movimentavam dinheiro público na cidade de Buenos Aires. Esse fato chamou a atenção tanto do Ministério Público quanto da Polícia Civil. E aí deu-se início a essa investigação que corre desde o ano passado”, explicou a promotora de Justiça de Buenos Aires, Aline Laranjeira.
De acordo com a promotora, chamou a atenção como a organização criminosa se estruturava. Segundo ela, usando "uma técnica clássica". "E também o fato de se tratar de um pequeno município, pequeno com movimentações financeiras altíssimas. E também a questão dos contratos com o posto de gasolina. Em apenas um mês foram gastos mais de R$ 26 mil com lavagem de veículos. Esse fato foi muito interessante. E foi o que nos chamou a atenção para iniciar essa investigação", detalhou.


O superintendente da Controladoria Geral da União (CGU) em Pernambuco, Fábio Araújo, explicou que foi verificado que havia um direcionamento clássico dos certames licitatórios. "Esse grupo de empresas que está sendo investigado, na verdade, teve ganho em diversos procedimentos licitatórios. Está pegando em torno de 50, 60 procedimentos licitatórios que serão analisados, onde só essas empresas participam. Esse foi um grande chamariz. Porque é incomum e utilizando metodologias de licitação mais simplificadas, ou dispensa de licitação ou pregão presencial, onde você tem um domínio para poder direcionar essas empresas e isso que chamou a atenção", disse.  

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